Introdução
Monera é um obsoleto reino biológico e o pioneiro na classificação científica dos outros cinco. Ele compreende muitos organismos com organização celular procarionte (organismos unicelulares sem a membrana que envolve o núcleo – carioteca - e sem a presença de proteínas associadas ao DNA).
Por esta razão, este reino foi algumas vezes chamado de Procariota ou Procariotae. Antes de sua criação, os seres vivos desta espécie foram considerados como duas divisões das plantas: Esquizomicetas ou bactérias (incluindo a maior parte dos procariontes, que eram considerados fungos) e Cyanophyta onde eram incluídas as algas azuis-esverdeadas, que posteriormente passou a pertencer ao grupo das bactérias, comumente chamado de Cyanobactérias.
Outras informações sobre o Reino Monera
Recentes análises da seqüência de DNA e RNA, têm demonstrado que há dois grupos principais de procariontes: Bactéria e Archae (organismos procariotas, geralmente quimiotróficos – não necessitam de oxigênio -, capazes de sobreviver em lugares extremos).
A partir da divisão do reino monera em Archae e Bactéria, surgiu um sexto reino. Conseqüentemente, todos os novos esquemas abandonaram o anterior e passaram a adotar esta mais nova classificação. Atualmente, Bactéria, Archae e Eucariota (núcleo envolto por membrana) estão classificados em domínios separados.
Bactéria
As bactérias apresentam uma estrutura celular bastante simples. Diferente do que ocorre com as células animais e vegetais, elas nem sempre apresentam as mesmas características, com isso, apresentam variações em sua forma, tamanho, virulência, etc.
Informações sobre as bactérias (características principais)
Esta forma de vida unicelular e procarionte pode ser encontrada isolada ou em colônias. Muitas bactérias possuem estruturas extracelulares como flagelos ou cílios, organelas de locomoção presentes nas bactérais móveis.
Muitas delas podem possuir esporos (formações que conferem resistência às bactérias), devido ao meio ambiente inadequado à sua condição de vida, esta é uma forma delas se materem vivas até encontrarem sua condição ideal de sobrevivência. Há ainda aquelas que não possuem esporos, estas são chamadas de vegetativas.
De forma geral, as bactérias aprentam entre suas organelas: cápsula, membrana plasmática, ribossomos, parede celular, DNA, flageloe pílus. Elas podem ser classificadas em dois grupos: gram-positvas ou gram-negativas.
As gram-positivas possuem uma parede celular mais espessa e constituição química formada por poliptídeos, açúcares aminados (glucozamina, ácido murâmico) e fosfato de ribitol.
As gram-negativas possuem a mesma constituição química das citadas no parágrafo acima e, além disso, apresentam ainda 10 a 20% de lipóide. Este grupo forma o maior número de bactérias patogênicas.
Bactérias patogênicas
As bactérias patogênicas são causadoras de inúmeras doenças, tais como: tétano, febre tifóide, pneumonia, sífilis, tuberculose, etc. A infecção pode ocorrer através do contato, do ar, alimentos, água, etc.
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Escherichia coli (causadora de diarreias, cistites) |
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Clostridium Botulinum (causadora do botulismo) |
Os antibióticos
Os antibióticos são excelentes ferramentas no combate as bactérias patogênicas, pois, o organismo infectado por elas pode ser tratado com o uso adequado deste medicamento. Nem todas as bactérias são senssíveis ao mesmo antibiótico, por isso, cabe somente ao médico prescrever qual o melhor para cada caso.
Você sabia?
A área da ciência que estuda as bactérias é chamada de Bacteriologia. Os cientistas e pesquisadores desta área estudam o ciclo de vida das bactérias, assim como sua composição química, genética e desenvolvimento.
Bacteriologia
A Bacteriologia é uma ciência, ramo da Biologia, que estuda as bactérias e suas propriedades.
Os principais temas e propriedades das bactérias estudados pela Bacteriologia são:
- Taxonomia (classificação das bactérias)
- Sistemática (descreve a biodiversidade e as relações entre os organismos)
- Morfologia (estudo das formas das bactérias ou partes delas)
- Bioquímica (estuda os processos químicos que ocorrem nas bactérias)
- Estudo das bactérias para a produção de medicamentos.
- Propriedades nocivas de muitas espécies de bactérias.
- Genética das bactérias (os gens das diversas espécies de bactérias)
Cientistas
Os profissionais (cientistas) que estudam as bactérias são chamados de bacteriologistas. São profissionais formados na área de Biologia que se especializam em bactérias, através, principalmente, de cursos de pós-graduação.
História da bacteriologia
Foi no século XIX que as bactérias começaram a ser estudadas com mais ênfase. Robert Koch e Louis Pasteur foram dois bacteriologistas importantes desta época que fizeram vários estudos sobre a ação nociva das bactérias e formas de combatê-las.
Curiosidade
O termo Bacteriologia tem origem na língua grega, onde "bakteria" significa pequeno bastão e "logos" significa estudo.
Robert Koch
Biografia resumida
- Heinrich Hermann Robert Koch foi um importante bacteriologista alemão. Nasceu na cidade alemã de Clausthal em 11 de dezembro de 1843 e faleceu em Baden-Baden em 27 de maio de 1910. Por suas descobertas e estudos é considerado o "pai da bacteriologia".
- Em 1880 foi nomeado membro do Departamento de Saúde Imperial de Berlin.
- Entre 1891 e 1904 foi diretor do Instituto de Enfermidades Infecciosas de Berlin.
- Em 1883, descobriu o agente causador da cólera: o vibrio cholerae.
Principais descobertas e pesquisas
- Koch foi o pioneiro na comprovação de que as bactérias podem provocar doenças nos seres vivos.
- No ano de 1876, Koch conseguiu isolar e descrever o Bacillus anthracis (bactéria causadora do Carbúnculo).
- Em 1882, Koch conseguiu seu maior feito. Descobriu o bacilo causador da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo-de-koch). Por esta descoberta, Koch ganhou o Prêmio Nobel de Medicina no ano de 1905.
- Desenvolveu os Postulados de Koch, um conjunto de medidas ou ações que devem ser feitas para que um organismo seja considerado a causa de uma doença. Com estes postulados, conseguiu sistematizar a pesquisa e identificação de doenças provocadas por bactérias.
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Bacilos da Tuberculose (Bacilo de Koch) |
Arqueobactérias
O que são (significado)
As arqueobactérias são seres procariontes pertencentes ao grupo Archaea. São bactérias primitivas, sendo que existem apenas cerca de vinte espécies.
Características principais
- Possuem a capacidade de viver em locais onde as condições de vida são extremamente adversas para a grande maioria dos seres vivos. Habitam em locais com grande presença de sal, extremamente ácidos, baixíssima umidade, ausência de oxigênio, temperaturas muito elevadas ou muito baixas.
- Possuem parede celular composta por proteínas, glicoproteínas e polissacarídeos.
- Possuem de 0,1 micrómetros (μm) até 15 micrômentros de diâmetro, portanto, são visíveis apenas com o uso de microscópios potentes.
Tipos de Arqueobactérias
Bactérias metanogênicas
São arqueobactérias anaeróbias (vivem na ausência de oxigênio) que possuem a capacidade de fabricar gás metano. Vivem geralmente em regiões profundas dos oceanos, em áreas de pântanos e também no sistema digestório dos animais ruminantes (atuam na digestão da celulose).
Bactérias halófilas extremas
Estas bactérias habitam áreas aquáticas com elevada concentração de sal. Estão presentes no Mar Morto e também em salinas (lagoas formadas pela água do mar para a produção do sal de cozinha).
Bactérias termófilas extremas
São bactérias que habitam águas com temperaturas muito elevadas (entre 70º e 150ºC) como, por exemplo, fendas vulcânicas. São organismos quimiossintetizantes, pois obtém energia através da oxidação do enxofre.
Exemplos de arqueobactérias:
- Nanoarchaeum equitans
- Halobactéria sp.
- Sulfolobus sp.
Curiosidades
As bactérias metanogênicas são de grande importância na produção do gás metano, usado como combustível. São elas as responsáveis pela produção deste gás nas estações de tratamento de lixo orgânico. O gás metano, presente em reservas naturais, também foi produzido com a ação destas bactérias, porém a milhares de anos.
Cianobactérias
O que são
Antigamente conhecidas como algas-azuis, as cianobactérias são uma subclasse de bactérias e fazem parte do Reino Monera. Já foram catalogadas cerca de 150 gêneros de cianobactérias e, aproximadamente, 1500 espécies. Grande parte das espécies vive em águas marinhas, de lagos, rios e solos úmidos. O acúmulo de matéria orgânica nestes ambientes favorecem o surgimento e desenvolvimento das cianobactérias.
Principais características:
- São encontradas em diversos formatos: bastonetes, esferas e filamentos.
- Realizam fotossíntese aeróbica (usam a água como doador de elétrons e liberam oxigênio). São autotróficos, já que a fotossíntese é a principal forma de obtenção de energia.
- Medem apenas alguns micrômetros, ou seja, podem ser vistas somente com a ajuda de microscópios.
- Não possuem membrana nuclear.
- Podem ser encontradas no formato unicelular, em colônias de cianobactérias unicelulares ou apresentam organização em forma de filamentos.
- Grande parte das espécies (não coloniais) possui reprodução assexuada.
Liberação de toxinas
Algumas espécies de cianobactérias produzem e liberam toxinas na água que podem envenenar outros animais que habitam o mesmo ambiente ou contaminar a água potável, levando doenças aos seres humanos. As mais prejudiciais para os seres humanos (causadoras de doenças) são as hepatotoxinas e as neurotoxinas. O grande problemas é que muitas destas toxinas não podem ser eliminadas pelo processo de fervura da água ou por métodos tradicionais usados em Estações de Tratamento de Água.
Curiosidades:
- As cianobactérias existem em nosso planeta a cerca de 3 bilhões de anos.
- Podem alterar o gosto e o odor da água, tornando-os desagradáveis.
- Foram responsáveis por grande parte da produção de oxigênio da atmosfera primitiva.
Para saber mais sobre bactérias e outros microrganismos parasitas, assista o vídeo abaixo produzido pela Discovery Channel
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